A Casa 12
Por Dana Gerhardt
|
Ao longo dos anos, tenho sido mais consultada sobre a 12 do que qualquer outra casa. Os que me escrevem estão geralmente angustiados. Às vezes, são novos na astrologia e entram em pânico ao saber que têm planetas aqui: "Ouvi dizer que a 12 é uma casa terrível. Estou condenado?” Outras vezes, são pessoas que sabem tudo sobre a 12. Na verdade, elas têm uma longa história de aflição de Casa 12 e esperam que eu possa prever o momento exato em que suas provações terminarão. Astrólogos clássicos têm chamado essa casa de "o vale dos sofrimentos", "a toca escura da tristeza e do horror", o "portal da labuta" e a casa do "Mau Espírito".
Há carma aqui. Isso significa que coisas ruins acontecerão com pessoas ruins. Mesmo pessoas boas sofrerão infortúnio se estiverem carregando alguma dívida misteriosa de vidas passadas. Essa casa pode trazer frustração, ansiedade, confinamento e perda; também escravidão, doença e prisão. Rege hospitais, prisões, instituições de saúde mental e monastérios (do tipo para onde você foi enviado quando a família quis afastá-lo da vista do público). A 12 também governa inimigos ocultos. Esses são os malfeitores que você nem conhece, como a esteticista sorridente que atua como feiticeira sob o luar, e agora está enfiando alfinetes em uma boneca de vodu amarrada com um fio dos seus cabelos.
Ainda bem que Dane Rudhyar, o pai da astrologia moderna, declarou: "não há casas ruins.” [1] E assim os astrólogos modernos, como uma equipe feliz do Extreme Makeover, levaram seus machados até essa estrutura funesta. Eles esvaziaram suas celas sombrias e transformaram a 12 em um vasto útero de potências invisíveis. É agora a matriz da unidade divina, mantendo a Unidade da qual todos emergimos e para a qual todos retornamos. Envolto nos véus de Netuno e Peixes, a 12 tornou-se uma fábrica de sonhos interiores, residência do inconsciente coletivo, fonte de símbolos e arquétipos, refúgio favorito da imaginação. É uma casa de intuição, compaixão e transcendência espiritual. É aconselhável servir aqui, para não ter de sofrer. Pois mesmo os astrólogos modernos não puderam apagar todas as dificuldades dessa casa. Eles alertam que, em um espaço tão potente e ilimitado, você pode facilmente perder o rumo. Funções e dons de planetas aqui podem ser difíceis de acessar. Pode-lhe faltar uma direção de vida clara ou você pode ficar confuso sobre quem é. Você pode sentir-se tímido, insignificante ou anônimo — ou poderia sofrer de delírios de grandeza. Salvadores e mártires vivem aqui. Seus limites psíquicos podem ser tão porosos que você poderia ser uma marca fácil para predadores, ou se tornar você mesmo um predador astuto. Tudo isso poderia levá-lo ao engano e à bebida.
"Coisas que você não consegue ver" seria a categoria num programa de TV de jogos para essa casa. Seja você a favor da visão tradicional ou moderna, a análise dessa casa coloca um problema semelhante: como você vê com exatidão esse território? Todos os seus perigos são invisíveis, sejam causados pelo carma, inimigos ocultos ou pela lógica deturpada do seu próprio subconsciente. De acordo com Ptolomeu, a 12 correspondia àquela parte do céu, logo acima do horizonte, onde as estrelas eram obscurecidas pelas "exalações espessas e enevoadas da umidade da terra". Segundo os egípcios, aqui, as estrelas estavam perdidas e debilitadas pela luz do sol nascente. [2] Tanto para os tradicionalistas como para os modernos, a 12 representa um ponto cego colossal. Portanto, é com o problema da percepção que devemos começar. Considere o conto de advertência do Imperador de Chin.
O primeiro imperador de Chin era um tirano. Ambicioso e poderoso, conquistou um vasto território e foi o primeiro a unir os chineses num único império. Obcecado com a imortalidade, pretendia também vencer a morte. Ele preservava um texto espiritual que prometia revelar o segredo da vida eterna. Mas o livro foi escrito em linguagem esotérica. Tudo o que ele conseguia entender era uma única frase: "Quem destruirá Chin é Hu." Pensando que "Hu" se referisse a uma tribo do Norte da China, ele mobilizou todo o seu país para construir uma muralha defensiva. Ela se estendia por milhares de quilômetros para manter os invasores profetizados à distância. A muralha continua de pé, mas o Império de Chin desmoronou poucos anos após sua morte. O que o destruiu? Não a Tribo do Norte de Hu, mas o filho irresponsável e idiota de Chin, que também se chamava Hu. Isso é que é um ponto cego! Chin plantou literalmente a semente que derrubou seu próprio império.
A maioria de nós comete um erro semelhante com a nossa casa 12, pois ela também é um texto espiritual esotérico. E suas frases enigmáticas, vindas como intuições, irritações e medos podem-nos direcionar mal para a batalha contra algum "Hu" no mundo exterior. Assim como o imperador, podemo-nos esforçar bastante para afastar inimigos fantasmas enquanto não enxergamos a situação real. "Autodestruição" é a mais relevante das palavras-chave tradicionais para sobreviver na moderna Casa 12, e é potente o suficiente para deixar-nos tão doentes, presos ou escravizados quanto todas as outras. Quando se aproximar dos portões velados dessa casa, venha armado com uma desconfiança saudável dos seus próprios pontos cegos. Preste atenção ao que o irrita ou assusta "lá fora", porque é bem provável que esse inimigo se espreite nas sombras de sua própria natureza, descrita por seus planetas ou signos da Casa 12.
Katie tem uma Lua de Casa 12. Na cúspide da Casa 12 de Ingrid está Câncer, regido pela Lua. Ambas as mulheres têm um "inimigo" similar no mundo exterior. A nêmesis de Katie é uma atriz em seu grupo de teatro comunitário. Ouvi Katie queixar-se dela inúmeras vezes. "Ela me irrita! Está sempre com pena de si mesma. Ela é apenas uma professora do ensino médio, mas tudo o que você ouve é como ela trabalha duro, como seu trabalho é estressante. Ela está sempre levando tarefas de casa para os ensaios e festas de elenco, para poder adormecer numa pilha de papéis. Ela acha que vamos dar-lhe um Óscar de mártir do ano?"
A nêmesis de Ingrid é Katie, de quem ela fala constantemente. A sua queixa é surpreendentemente semelhante. "Eu simplesmente não suporto Katie. Ouvi-la para mim é como unhas arranhando o quadro de giz. Ela me enlouquece, sempre se fazendo de vítima. Será que ela algum dia vai parar de choramingar e de sentir pena de si mesma?" Certa vez, perguntei a Ingrid por que ela achava que Katie tinha tanto efeito sobre ela. "Acho que é porque sempre foi tudo tão difícil para mim. A minha mãe era alcoólatra e eu tinha de cuidar de mim mesma. Nunca pude lamentar-me assim... Ninguém nunca se importou se eu chorasse."
É… licença enquanto eu vou ali pegar um lenço. Não quero parecer insensível, mas eu também tenho uma Lua de Casa 12. É por isso que eu estou escrevendo sobre Katie e Ingrid. Suas queixas sobre os queixosos me aborrecem! Devido ao alcoolismo de sua mãe, Ingrid foi destituída de muitos dos confortos emocionais de sua Lua. Mas Katie e eu não passamos por muito melhor do que isso. As Luas de Casa 12 muitas vezes têm mães doentes, narcisistas ou não nutridoras, invertendo a dinâmica mãe-filho, tendo a criança que ocupar o lugar de mãe da mãe. Luas de Casa 12 aprendem a disfarçar sua própria vulnerabilidade e a fingir que ela não está lá. Tornam-se mestras da autossuficiência. Muitas vezes são particularmente dotadas de uma capacidade de cuidar dos outros. Mas reprimir sua carência não a faz desaparecer; ela vai para o ponto cego da casa 12, onde vive como uma criança emocionalmente faminta. Seguindo o nutridor competente, o pequeno órfão chora com um inconsciente "Pobre de mim!"— que todos, exceto a pessoa com Lua na Casa 12, podem ouvir.
Chin teve dois filhos. Ele deu toda a sua atenção ao seu primogênito, Fu, o prometido herdeiro do trono. Negligenciado, o segundo filho Hu permaneceu ignorante, bobo e petulante, na verdade, nunca amadurecendo completamente. Mas quando Chin morreu, pessoas mal intencionadas impediram Fu de tomar o poder e Hu foi estabelecido como um líder fantoche. Um império que deveria ter durado algumas centenas de anos morreu praticamente da noite para o dia. Se os planetas na 12 fossem crianças, elas seriam criadas como o filho negligenciado Hu. Sem a nossa atenção consciente, eles não são testados nem treinados. Eles não têm as mesmas oportunidades de crescer e amadurecer. No entanto, em momentos de inconsciência, eles assumirão o controle e podem causar muitos danos.
Considere o caso de um Marte de Casa 12. Marte é o guerreiro arquetípico, representando a capacidade de estabelecer limites, ser assertivo, ficar com raiva quando necessário. Pessoas com Marte de Casa 12 muitas vezes têm dificuldade de ir atrás do que querem. Eles são aparentemente gentis e agradáveis, consideravelmente carecendo dos ataques afiados de Marte. Você pode deparar-se com elas várias vezes e não obter nenhuma reação, mas um dia, alguém, possivelmente você, receberá uma explosão completa de Marte. O programador de 35 anos desaparecerá e a birra de uma criança de 2 anos tomará o seu lugar. Mas a pessoa atuante não saberá o que atingiu você. Ele pode ter-lhe enviado e-mails cruéis, difamado o seu nome em praça pública, mas quando chegar a hora de pedir desculpas, vai ignorar isso. Para realmente se arrepender de suas ações, o Marte de Casa 12 dele teria que alcançar a consciência primeiro.
Os nossos planetas e signos de Casa 12 são como crianças com necessidades especiais. Sofreram uma privação crítica. De alguma forma, o nosso ambiente infantil não encorajava nem apoiava a expressão deles. Eles podem ser usurpados, negados ou envergonhados por nossos cuidadores. De alguma forma, recebemos a mensagem de que não é seguro expressá-los. Com Marte ou Áries na 12, posso temer a expressão do meu impulso competitivo ou negar o meu egoísmo. Com Plutão ou Escorpião, posso ter vergonha de revelar a minha paixão, a minha sexualidade, o meu poder. Com Mercúrio ou Gêmeos na 12, pode ser que eu decida manter a boca fechada. Com Urano ou aquário na 12, vou encobrir o que me torna diferente e manter meu gênio criativo em segredo. Com Vênus lá, ou Touro, ou Libra, não saberei quão bonita, quão sensual, quão artística ou amorosa eu posso ser.
Seja qual for o planeta ou signo rejeitado, a consciência subconsciente de sua perda leva a uma espécie de consciência de vítima, uma convicção, de fato, de que é moralmente correto sentir pena de nós mesmos. Afinal, não fomos roubados? Um empresário que conheço com um Marte de casa 12 era profundamente ciente de sua incapacidade de ser assertivo: "Minha mãe cooptou toda a raiva em nossa casa. Não me atrevi a atravessá-la. Mas depois nunca cheguei a ser eu." Quando soube que tinha a reputação entre seus colegas de trabalho de ser implacável e cruel — sua sombra de Marte —, ele ficou, na verdade, entusiasmado. "Não o incomoda você poder estar realmente magoando as pessoas?" Perguntei. Houve uma confusão momentânea em seus olhos antes de perderem o brilho. Perdido nas memórias do seu passado, e incapaz de adequá-las a uma imagem diferente do seu presente, ele ficou fora do ar e esqueceu-se da minha pergunta.
Gosto da visão moderna da 12 simplesmente porque a achei mais útil e verdadeira. Do ponto de vista moderno, para redimir os planetas da casa 12, você deve primeiro tomar consciência de que os possui. O próximo passo é escolher — metaforicamente — entre as opções mais tradicionais: você vai se colocar na prisão, em uma instituição de saúde mental, no hospital, ou em um mosteiro? Você pode andar nervosamente uma cela de prisão por erros do passado. Você pode enlouquecer de frustração ou raiva. Pode deitar-se num leito doente e ferido. Ou você pode ficar de joelhos e apelar para um poder superior. Nesse vasto mundo interior, o tempo e o espaço não têm sentido. Ao reestruturar a sua psique de Casa 12, você tem infinitas opções. Em sua imaginação, você pode, como um jovem Dalai Lama, percorrer uma residência interna de 400 metros de comprimento e mil cômodos, desfrutando desta preciosa encarnação, aproveitando séculos de história e aprendizado de vastas bibliotecas internas. Seja qual for o seu passado, iluminar a sua 12 pode abrir um campo de novas possibilidades.
O mundo invisível não opera como o mundo da matéria, então não devemos agir como tal. No mundo visível, se sou prejudicado, posso sair por aí chorando e culpando os outros. Se eu sou apenas um ser material, e meu ambiente infantil não apoiou meu Vênus ou Mercúrio, posso dizer que sou apenas um pedaço de material genético com a má sorte de nascer em uma circunstância sombria. Não é assim no mundo do espírito. Se eu aceitar a minha natureza espiritual, então devo de alguma forma explicar a minha existência antes e depois do útero. Posso chegar a acreditar que as minhas escolhas influenciam o curso da minha alma, que as ações passadas determinaram a minha situação nesta vida, levando-me ao lugar certo para a próxima fase do meu desenvolvimento, e que o que faço agora afetará o que acontece depois de eu morrer. Se mudarmos a nossa perspectiva para além desta vida, a 12 assume um novo aspecto. Adquirimos novas responsabilidades. Os planetas e os signos não são mais vitimados ou privados. O que parece perda no plano material torna-se uma iniciação sagrada ou sacrifício ritual no reino espiritual.
Eric tem um Sol de Casa 12 em Áries — com Saturno e Netuno em oposição. Perdeu o pai quando tinha cinco anos. Seu pai, jogador alcoólatra, saiu pela porta e nunca mais voltou. O sol descreve a nossa vontade, o nosso propósito, também a nossa experiência de pai (tal como a Lua descreve a nossa experiência de mãe). Nem todo mundo com um Sol de Casa 12 perde um pai tão literalmente, mas de alguma forma, a influência do pai será atenuada ou sacrificada. O apoio do pai ou o encorajamento dos dons especiais da criança ficarão faltando. Eric experimentou uma variedade de identidades enquanto crescia, tornando-se um encrenqueiro, depois um atleta da faculdade, depois um jornalista rebelde, finalmente um poeta. Na faculdade, teve a sorte de encontrar um forte mentor de poesia e, sob a influência desse pai substituto, encontrou o seu caminho no mundo. Os livros de receitas de astrologia costumam dizer que os Sóis de Casa 12 são tímidos e tendem a trabalhar nos bastidores. Mas nem sempre dá para acreditar nos livros de receitas. Eric é um ariano forte e opinativo que, como um verdadeiro individualista, se recusou a se encaixar em qualquer molde corporativo. Fundou a sua própria editora e continuou escrevendo poemas premiados. Apesar de seu histórico de Casa 12 — ou talvez por causa dele — tornou-se um pai dedicado de três filhos e serviu como figura paterna para muitos escritores mais jovens, apoiando, encorajando e publicando seus trabalhos. Seu sacrifício inicial de Casa 12 foi a iniciação que o levou ao seu sucesso posterior.
Quando a Lua Progredida entrou na Casa 12 de Eric, sua editora começou a falir. A 12 está posicionada de forma única na roda do horóscopo, vindo como a última casa, antes que a primeira comece novamente. Da mesma forma, os trânsitos e as progressões através dessa casa marcam um fim que precede outro começo. Quando a Lua Progredida ou Saturno passam por essa casa, essa transição pode durar aproximadamente dois anos. As estruturas de vida que outrora tiveram sua utilidade podem dissolver-se. Relacionamentos podem ir embora, perdas podem ser sofridas. Podemos ser testados sobre o quão bem desenvolvemos essa casa, o que aprendemos com o nosso sacrifício inicial, quão claramente vimos e mapeamos o nosso ponto cego. Durante a progressão da Lua, Eric lutou com o legado de seu pai; ele começou a beber, brigando com sua esposa e perdendo dinheiro, assim como seu pai havia feito. Uma vida inteira dizendo "eu nunca vou fazer o que meu pai fez comigo" trouxe-o cara a cara com esse mesmo potencial em si próprio. Os trânsitos e as progressões da décima segunda casa vão-nos levar à profundidade. Eles nos mostrarão partes de nós mesmos que nunca vimos antes. Isso nem sempre é ruim. Nova beleza, força e talento também podem esconder-se no nosso ponto cego. No momento em que a Lua Progredida deixou a 12, Eric era um novo homem. Ele tinha limpado a sua vida, encontrado um caminho inteiramente novo, e sob nova perspectiva, era um Sol em Áries forte e inspirador mais uma vez.
Paul é um escritor e fotógrafo com Netuno em sua 12. Eu descrevi-lhe Netuno uma vez, como ele fala através da música, arte e poesia. Os astrólogos associam a casa 12 à concepção. Sugeri que a marca de Netuno pode ter sido o conhecimento que Paulo adquiriu no útero. Seus olhos se iluminaram. Sua mãe tocara piano durante toda a gravidez, disse ele, e ele sempre sentiu que isso causara uma profunda impressão nele; seus pensamentos tendem a se mover em padrões musicais. Um homem intensamente reservado, Paulo tem um Sol em Escorpião quadrado por uma Conjunção Plutão/Saturno controladora e, não surpreendentemente, ele é conhecido por ataques de intolerância e rigidez. Como se poderia supor de seu mapa, seu pai era rigoroso. Quando criança, Paul não podia ficar à deriva, sonhar ou flutuar no mar de Netuno; essa foi a privação precoce desse planeta. Quando jovem, Paul serviu nas forças armadas e depois foi fazer faculdade para seguir uma carreira em administração. Mas, nos últimos dez anos, vi-o afastar-se constantemente das preocupações mundanas para submergir no mundo netuniano da sua arte. Nos últimos dois anos, tem estado tão profundamente imerso em Netuno que desaparece durante meses. No entanto, sempre que o vejo, ele está intensamente vivo. Mais do que qualquer um que conheço, Paul vive uma vida de artista, completamente no tempo do artista. Ele passa horas captando a luz certa para uma fotografia. Ele passa dias sem dormir, vivendo com os personagens de seu romance como se fossem colegas de quarto. Seu Netuno de Casa 12 tornou-se o centro de sua vida. É o tesouro naufragado que ele tem trabalhado toda a sua vida para recuperar. É algo verdadeiramente divino.
Quando olho para o mapa de um indivíduo e vejo planetas na 12, "desgraça" e "miséria" não são as primeiras palavras que me vêm à mente. Em vez disso, penso que aqui reside um grande dom, na verdade, a verdadeira riqueza do mapa. Mas é como um fundo fiduciário. O indivíduo de casa 12 deve primeiro atingir a maioridade, a espiritual. O Ego pode apropriar-se avidamente do resto do mapa para satisfazer seus desejos, mas essa casa se recusa a abdicar dos seus bens tão facilmente. Haverá sacrifício; haverá imaturidade, fraqueza e lamentação; haverá uma longa jornada que requer autoconsciência, humildade e responsabilidade espiritual. Demore o tempo que for, o tesouro da Casa 12 não desaparecerá. Conquistado talvez ao longo de muitas vidas, é profundo e instintivo. O potencial para uma ampla apreciação dos seus dons é também enorme.
Não estou sozinha nesse pensamento. Michel Gauquelin, um psicólogo que usou modelos estatísticos para investigar a precisão da astrologia, descobriu que, embora muitos fatores astrológicos não tenham relevância, planetas na Casa 12 [3] tinham de fato uma forte correlação com o sucesso profissional de um indivíduo. Marte na Casa 12 foi frequentemente encontrado nos mapas de figuras dos esportes. Atores, políticos e jornalistas mostraram Júpiter na 12; cientistas e médicos, Saturno ou Marte; pintores e músicos, Vênus; e escritores, a Lua. Essa descoberta surpreendeu até os astrólogos, que normalmente localizam indicadores de carreira na 10. O astrólogo contemporâneo Maurice Fernandez faz afirmações ainda mais fortes sobre planetas de Casa 12. [4] De acordo com Fernandez, as pessoas com posições de influência ou fama terão mais frequentemente uma Casa 12 enfatizada do que uma Casa 10 forte. Como a casa 12 governa tanto o inconsciente coletivo quanto as massas, os planetas aqui indicam o potencial de sintonizar o que é popular e tem um efeito sobre um público amplo. Eles também podem suportar o fardo da projeção nas massas, sacrificando a vida pessoal para se tornar um produto ou símbolo. Pense nas diferentes medidas de fama que os seguintes Sóis de Casa 12 alcançaram: Gandhi, Madonna, George Bush e Rodney King.
Como em qualquer fator astrológico, o que realmente conta é o que o indivíduo faz com ele. Eu sei que por trás de cada e-mail preocupado que recebo sobre a 12, encontra-se alguém com grande potencial para o sucesso. Desde que passei a compreender a qualidade especial dos planetas de Casa 12, o resto do mapa parece empalidecer. Sem dúvida, essa casa de autodestruição, confinamento e perda é a minha casa favorita no mapa.
Notas:
-
Dane Rudhyar, The Astrological Houses (CRCS: 1972), p. 141
-
Ver Deborah Houlding, The Houses: Temples of the Sky (Ascella Publications, 1998), p. 56 e 115, para uma discussão sobre as visões ptolomaicas e egípcias.
-
Os estudos de Gauquelin também mostraram que os planetas na 9 e, em certa medida, na 3 e 6 tiveram uma influência semelhante. Ver Michel Gauquelin, The Truth About Astrology, (Hutchinson, 1984).
-
Maurice Fernandez, Neptune, The 12th House and Pisces (Trafford, 2004).
OFICINA DAS 12 LUAS |
![]() Como aliada celeste mais próxima da Terra, a Lua tem uma influência poderosa no dia-a-dia, mas poucos estão sintonizados com ela. Se quiser aumentar a sua sensibilidade ao ritmo lunar, essa oficina é para você. Todo mês antes da Lua Nova, você receberá um caderno de atividades de 26 páginas, personalizado conforme o seu mapa natal e localização atual. Você aprenderá sobre as particularidades da astrologia: a Lua Nova e o ingresso do Sol, como estes influenciam o seu mapa, assim como as fases da Lua, Luas fora de curso, signos lunares e trânsitos da Lua nas casas. Ao longo do ciclo, você será guiado para uma apreciação cada vez mais íntima do funcionamento da Lua em sua vida, |
Oficina das Doze Luas em mooncircles.com |
Traduzido do inglês por Rômulo Craveiro de Sousa Tartaruga (Brasil)
Posições actuais dos planetas
28-Abr-2025, 03:19
UT/GMT
| |||||
Sol | 8 | 5'50" | 14n12 | ||
Lua | 12 | 44'29" | 19n12 | ||
Mercúrio | 11 | 46' 5" | 2n02 | ||
Vênus | 28 | 38'47" | 0n55 | ||
Marte | 4 | 17'38" | 21n11 | ||
Júpiter | 20 | 48' 2" | 22n53 | ||
Saturno | 27 | 33'17" | 2s48 | ||
Urano | 26 | 9'22" | 19n05 | ||
Netuno | 1 | 0'23" | 0s46 | ||
Plutão | 3 | 48'31" | 22s44 | ||
Nodo Lun.true | 26 | 46'29"r | 1s17 | ||
Quíron | 23 | 54'22" | 9n58 | ||
Explicação dos símbolos | |||||
Mapa do momento |